ESPELHO Horas borradas pelo tempo |
Diante de seu apogeu arquitetônico, histórico e acima
de tudo referencial, à Central do Brasil pede socorro. O largo entre as ruas Cristiano Otoni, com
Marcílio Dias, avenida presidente Vargas entre outras, encontra-se exposto a depredação
pública institucionalizada pelos governantes. Um autêntico desleixo do erário
público.
O transeunte até se incomoda com o estado de
conservação do prédio e vizinhança, mas a pressa avassaladora que envolve o
compromisso com o horário de trabalho, deixa em segundo plano e até em
terceiro, o grito de clemência por aquele espaço.
O vai e vem constante de passos largos e curtos,
apressados e cautelosos acompanhados por uma trilha sonora de gritos de alerta,
apelos de instigar a libido. Pedintes que se enroscam entre mascates com
produtos da terra do macarrão, gente de olhinhos apertadinhos, entretanto,
tendo de ficar de ocelos bem abertos para driblar os guardas municipais. Esses,
ali, preenchem o cast de atores e
atrizes anônimos que encenam sem perceber o teatro da desordem. Isso, todos os
dias.
De segunda a segunda; dia e noite, noite e dia, sem
revezar, a bagunça se faz presente no cotidiano da Estação Dom Pedro II. Isso,
sem divulgar os furtos de pertences, quase sempre femininos, durante as abordagens
de zumbis do crack. Viciados. Com
isso, as pessoas seguem desprovidas de segurança. De modo que o fato se repete
nas barbas da cúpula da segurança do Rio.
TORRE Central do Brasil, constante harmonia com a natureza |
Lá, encontram-se a Central de Informação das polícias,
militar e civil, e outras relativas à segurança pública do Rio de Janeiro. Sem
deixar citar o Patheon de Duque de Caxias,
o Quartel General do Exército Brasileiro e uma DP (Delegacia de Polícia). Um Lugar
tradicional. Mas, o que se pode enxergar é apenas o abandono e, de tradição mesmo,
somente as pedras portuguesas, nas calçadas esburacadas. Aliás, por todo o
pátio. E, sem retrucas, as pedrinhas são verdadeiras vilãs para a elegância das
mulheres. Lindas. São elas, sem
dúvida, as pessoas mais prejudicadas. O buraco, inimigo direto, das belíssimas de salto alto. Pois, de fato, ao passo
que ninguém de direito se pronuncia, só nos vale recordar e exercitar o poema
de Drummond. Como forma de acalentar os
nervos e recitar; “Há uma pedra no meio do caminho..."
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