segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A Central do Brasil de cabeça para baixo

ESPELHO  Horas borradas pelo tempo

Diante de seu apogeu arquitetônico, histórico e acima de tudo referencial, à Central do Brasil pede socorro.  O largo entre as ruas Cristiano Otoni, com Marcílio Dias, avenida presidente Vargas entre outras, encontra-se exposto a depredação pública institucionalizada pelos governantes. Um autêntico desleixo do erário público.

O transeunte até se incomoda com o estado de conservação do prédio e vizinhança, mas a pressa avassaladora que envolve o compromisso com o horário de trabalho, deixa em segundo plano e até em terceiro, o grito de clemência por aquele espaço.

O vai e vem constante de passos largos e curtos, apressados e cautelosos acompanhados por uma trilha sonora de gritos de alerta, apelos de instigar a libido. Pedintes que se enroscam entre mascates com produtos da terra do macarrão, gente de olhinhos apertadinhos, entretanto, tendo de ficar de ocelos bem abertos para driblar os guardas municipais. Esses, ali, preenchem o cast de atores e atrizes anônimos que encenam sem perceber o teatro da desordem. Isso, todos os dias. 

De segunda a segunda; dia e noite, noite e dia, sem revezar, a bagunça se faz presente no cotidiano da Estação Dom Pedro II. Isso, sem divulgar os furtos de pertences, quase sempre femininos, durante as abordagens de zumbis do crack. Viciados. Com isso, as pessoas seguem desprovidas de segurança. De modo que o fato se repete nas barbas da cúpula da segurança do Rio.

TORRE  Central do Brasil, constante harmonia com a natureza

Lá, encontram-se a Central de Informação das polícias, militar e civil, e outras relativas à segurança pública do Rio de Janeiro. Sem deixar citar o Patheon de Duque de Caxias, o Quartel General do Exército Brasileiro e uma DP (Delegacia de Polícia). Um Lugar tradicional. Mas, o que se pode enxergar é apenas o abandono e, de tradição mesmo, somente as pedras portuguesas, nas calçadas esburacadas. Aliás, por todo o pátio. E, sem retrucas, as pedrinhas são verdadeiras vilãs para a elegância das mulheres. Lindas. São elas,  sem dúvida, as pessoas mais prejudicadas. O buraco, inimigo direto, das belíssimas de salto alto. Pois, de fato, ao passo que ninguém de direito se pronuncia, só nos vale recordar e exercitar o poema de Drummond.  Como forma de acalentar os nervos e recitar; “Há uma pedra no meio do caminho..." 



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