sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Por trás da redistribuição de royalty, o bairrismo

  O centro de muitas decisões do Brasil
Um papo de Ouvinte sincero,


Por várias vezes ouvi seu programa, com muita dedicação e sem direito a voz. Mas, em pávido, não resisti ao silêncio e resolvi “abrir o bico”. Aliás, soltar os dedos. É notório perceber a campanha bairrista que está sendo desenvolvida na bancada do conceituado programa, quando se tem em pauta a "redistribuição de royalties do petróleo". Ouvi, sobre o assunto, copiosamente lamentos de defensores de visão estreita de patriotismo.

Ao passo que surgiam os relatos por componentes da mesa, percebi que não havia nenhuma intervenção do mediador para equilibrar a discussão. Pois, pelo contrário, aí que o bairrismo se consumava. Além disso, muitas vezes com discursos prontos evocados por integrantes de convicções suspeitas. "Personalidades" que particularmente se sentem atingidas não com a reforma. Mas, com a sensação de perdas.

Sobre a importância cobrada pelo proprietário da patente do produto. O famigerado royalty do petróleo. Por acaso, já foi ventilado em algum espaço do programa sobre onde, como e quanto, é investido no Estado? Infelizmente o programa omite tal informação. Ou a discussão correta sobre assunto, acima citado, se retrata em uma ameaça a estrutura de quotas publicitárias, na pasta da estação radiofônica?

Enquanto o debate tendencioso tenta ampliar por meios de uso de uma voz única e desigual. Duque de Caxias, cidade integrante do Grande Rio, sede da maior refinaria de petróleo e gás do país, tem a pior política de saneamento básico do Brasil. Isso, sem destacar um dos piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Difusores...  vamos acordar e deixar de se levar por interesses de pessoas que só pensam nos seus. Sugadores dos interesses públicos. Eles querem é vida boa. Gastar a moeda extraída do petróleo em troca de viagens entre outros desvios. Vocês agem como a primeira ignição da massa de manobra. Formem opinião. Tentem refletir os dois lados. O princípio do jornalismo. Embora, sei que a mesa muitas vezes, não é preenchida por pessoas de tal formação comunicacional. São pessoas passíveis de mea-culpa. Mas, isso é assunto cabível para outro comentário destinado ao então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

Entretanto, ninguém disse nada quando o Rio de Janeiro foi agraciado com dinheiro da Região Nordeste, através da extinta e, em 2007, ressurgida SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – sob Lei complementar 125), para financiar a construção da ponte presidente Costa e Silva, ou mais conhecida como Ponte Rio Niterói, em 1974. Investimentos certos para uma região pobre da nação, com 9 Estados e 19% da população brasileira.

Outro fato histórico que vale reportar, foi à canalhice liderada por Getúlio Vargas no período da Segunda Guerra Mundial. O então presidente da República deslocou para o Rio de Janeiro, o que seria de fato e de direito, do Rio Grande do Norte. E, certamente o desenvolvimento daquele Estado. Trata-se do centro de siderurgia de Volta Redonda. Entretanto, não quero entrar do mérito da siderurgia, mas do acordo proposto pelo então presidente norte-americano ao governo brasileiro. O fato ocorrera durante encontro do então presidente dos Estados Unidos, Fraklin Delano Roosevelt e o ditador gaúcho Vargas.

A memorável reunião entre os dois presidentes em Natal, no século passado, as margens do rio Potengi, precisamente na Rampa, descreve o interesse do ex-presidente Roosevelt, de aquartelar as tropas norte-americanas, em Parnamirim, município da Grande Natal. Segundo ele, ponto estratégico para logística de guerra. Pois, em troca, daria investimentos como benefícios a região potiguar. Nada aconteceu, porque os dividendos foram todos para o município fluminense. Hoje, a cidade só herdou o legado de “Trampolim da Vitória.” Com isso, Vargas surrupiou o progresso do povo norte-rio-grandense. A população mais uma vez se sentiu roubado.

Diante de tudo, poderia descrever muito mais. Mas, me resguardo a lhe informar de só mais um caso. A escolha da Refinaria do Nordeste para o Complexo de Suape, localizado entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, no Estado Pernambucano. Fora mais um golpe. Preferência altamente política, no decorrer do governo Lula da Silva. Porém, todo o petróleo e gás vêm do Rio Grande do Norte. Por que Pernambuco? Por fim, mais um assalto.

Gente; na realidade não defendo a redistribuição de royalty, nenhum. Porquanto, tenho plena consciência que a ‘”galinha dos ovos de ouro”, só vai mudar de mãos de gatunos. O que defendo é o fim do bairrismo pautado cotidianamente na mass media carioca. Quiçá, um orgulho gratuito, desvairado, fomentado por uma ressaca de ex-capital do Brasil. Portanto, para diminuir o hábito mesquinho, conto com vocês!  

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